sexta-feira, 11 de maio de 2012

Chegou a hora de entrar na faca!!! Afffff...

Pausa para anunciar a minha vakinha!!!


Galera, preciso fazer uma cirurgia convencional de varizes nas 2 pernas!!! Sim, muito chato. Mais ainda quando não se possui dinheiro e nem plano de saúde.
Por isso, com indicação de amigos, consegui criar uma conta no site "vakinha", onde você explica o que precisa e de quanto necessita... quem puder contribuir, com qualquer valor, por favooooooor!!! O link é:

http://www.vakinha.com.br/VaquinhaP.aspx?e=141118#

domingo, 27 de novembro de 2011

A arte de encontrar espaços...




Dias e noites passam ao seu redor sem que ela notasse. Aquele novo espaço de habitação a tornava menos observadora. Ela seguia uma rotina impecável: levantava, seguia rumo ao trabalho conseguido graças ao seu poder de provocar no próximo a compaixão, almoçava gratuitamente com os outros estudantes e frequentava com disciplina as aulas.
Era isso e nada mais. Apesar de agora ela possuir mais conhecimento de possíveis lugares para o seu entretenimento, ela não queria e nem podia se dar ao luxo de se divertir naquela cidade. Não, isso lhe causaria uma estranha culpa (mais tarde solucionada). 
Semanas de entregas de trabalhos eram as melhores, segundo ela. Sua mente se esvaia nas questões a serem analisadas e em todo o texto a ser escrito, que sempre, sempre mesmo, entrega com extrema competência os relatórios no prazo determinado pelos professores. As suas adversidades com os colegas de salas esbarravam neste sentido, como a sua vida era a oposta aos demais, não sentia o menor problema em cumprir as metas acadêmicas!
Entre cochichos e piadas, lá estava ela. 
Mas houve um dia em que a sua presença (não que ela se sentisse excluída ou algo assim) fora notada por muitos destes piadistas e " artistas rebeldes". Neste dia a sua fúria veio a tona! Com muito esforço e dedicação, ela conseguira responder algumas questões propostas por um certo professor duvidoso. Duvidoso por seu caráter, por sua postura arrogante em sala de aula e mais ainda, por sua capacidade de não explicar o conteúdo.
Ela se encaminha para o seu assento. Todos conversam ao seu redor. Olhos arregalados e alguns desistentes se retirando da sala pela incapacidade de concluir o questionário. Um rapaz (daquelas pessoas que se tornam facilmente seus amigos, sabe?) se aproxima dela e a pergunta se ele poderia, com outras palavras, copiar o seu trabalho. Ela não queria entregar o jogo assim de graça, mas, como descrevi anteriormente, o docente responsável por esta disciplina sentia enorme satisfação em humilhar aqueles que ele reconhecia como "mais sensíveis". E de repente ela estava ali, com a oportunidade de suavizar outra vida além da sua. Assim, ela propôs ao colega que cuidasse bem de suas folhas (elas se tornaram valiosas pela falta de preenchimento dos demais) e que ele não deixasse mais ninguém observá-las!
Sentiu sede do seu líquido precioso e se dirigiu até a catina mais próxima. Ao retornar, ela é surpreendida com uma cena que não estava em seu planejamento: suas folhas foram reconhecidas por ela em mãos medíocres! Ahhhhhhhh, pensou ela. Como assim?
Respirou fundo. Não alterou o volume de sua voz, mas a forma que optou surtiu mais efeito... segurou firme o braço do colega e exigiu que ele lhe devolvesse naquele exato momento o seu questionário, pois, avisara a ele que as informações contidas ali eram pessoais e que, se a grande maioria da sala as copiassem, logo estariam todos encrencados. Seus olhos saíram faíscas, como mais tarde lhe revelou o colega. E ele, com seus lindos e profundos olhos azuis, parecia querer carregá-la no colo para contribuir com a busca da calma.
Ela não podia acreditar na capacidade de esperteza humana e ainda mais, por pessoas que até ali, nunca se renderam em chamá-la para dividirem suas vidas e/ou seus momentos vividos naquele lugar.
Em meio a esse furacão de sentimentos, eis que a soberania (pelo menos na memória do abestalhado docente) alcança em cheio a sua cadeira para dar início ao seu trabalho. Olhos apreensivos. Olhos segurando lágrimas de ira. Olhos... olhos vermelhos de quem fez algo antes de estar ali. Olhos azuis a fitavam apavorados. Ela, sem querer olhar, imaginava a verdadeira guerra que aquele docente iria armar ao seu redor. A sensação era de solidão. Nada mais poderia fazer ali. Queria chorar, bater, soltar em bom som alguns nomes nada decentes para uma moça bem educada.
O professor, impaciente com a sua carreira ou sabe lá com o quê mais, começara a indagar a todos sobre as benditas (e cabulosas) questões pedidas. O coração da moça dava pancadas... sentia sua veia do pescoço (nessas alturas ela nem se lembrava dos nomes corretos). Meia rodada de respostas (todas muito, mais muito idiotamente parecidas) e o docente não teria a menor dúvida: meras cópias!!! E nada mais ridículo para uma sala de aula ouvir um ser humano que se julgar superior aos demais. Ela queria agora possuir uma poção que fizesse aquele homem horrendo se tornar pó... logo em seguida, ela usaria uma outra para que esse pó adquirisse brilho... se é que podem entendê-la.
O rapaz de olhos azuis estava inconformado. Na verdade, ele nem possuía tanta culpa assim... pegaram as folhas em um momento de sua ida ao banheiro e demais afazeres. Pedia desculpas e se calava, com as mãos no rosto. Atônito com as reações de raiva controlada da moça. Ela respirava cada vez mais fundo e olhava. Pensava nas horas desperdiçadas, pensava na ação descabida daqueles incompetentes que nem sabiam ao certo a razão de estarem ali. 
Resolvido o dilema. Nada daquilo valeria pontos e o docente marcara outro tipo de avaliação. O horário de término da aula chegou e tudo o que ela queria era sair dali. O rapaz de olhos azuis, muito sem cor, pede a cada momento as mais variadas formas de desculpas. Ela, antes de se retirar, expressa em alto e bom som, que aquela seria a primeira e a última vez de semelhante situação. Disse que poderia até mesmo fabricar trabalhos para aqueles da fuzaca, desde que fossem seus companheiros no dia-a-dia. Para aqueles que a ignoravam, serviria apenas um leve e sem empolgação: Bom dia ou Boa tarde.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Observação apurada

Final de tarde singela naquela cidade. Choveu durante todo o dia, aliás, a chuva não deu trégua por dias. Ruas molhadas, escorregadias (passeios e calçamentos em pedra sabão), faziam com que as pessoas não circulassem sem que houve extrema necessidade.
Ela não gostava de ter que andar a pé naquela cidade. Na verdade, se pudesse, compraria um carro bem resistente para a sua locomoção. Mas não podia, o pouco que ganhava em sua bolsa de trabalho (conseguida após uma emocionante entrevista com o responsável pelo setor) não supria nem a metade de suas necessidades.
A moça possuia certos rituais adquiridos ali. Se chegasse em casa, destrancava o primeiro portão, passava e em seguida, olhava para todos os cantos do portão antes de trancá-lo. Ela fazia sempre isso por um motivo (para muitos) banal: havia uma lagartixa enorme e bem transparente que habitava aquela área.
Todos os dias eram sempre assim... passava, olhava e trancava. Esqueci de citar a mesma preocupação ao ascender a luz da escada. 
Certa tarde, ela vinha andando pelas ruas e pensando como iria fazer para que suas roupas secassem, pois, com a chuva em excesso e a umidade da cidade não contribuíam em nada para esse sucesso. Puxou as chaves do bolso, começou a seguir o seu pequeno ritual. Tudo certo. Trancou o portão, agora só faltava a última verificação quanto ao redor do botão da luz e... saltou escada abaixo assim que seus olhos se prenderam em uma imagem assustadora! A lagartixa nessas horas se tornara o menor detalhe... ela não acreditava no que havia visto e ainda permanecia ali... um escorpião!
Gritou tão fino e correu. Abriu o segundo portão sentindo cada parte de seu corpo tremer. 
Ela nunca poderia ter imaginado viver isso. Esse "ser" era conhecido por ela apenas pelas reportagens de tv e revistas, nada mais. Agora ele estava pregado em sua parede, comandando cada movimento.
Chamou por uma vizinha. A outra moça já era até acostumada com os apelos de ajuda. Sempre adentrava em sua kitnet para matar aranhas (outro grande susto pelo tamanho dessas danadinhas...) que mais pareciam monstros pretos e gordos. 
Quando a moça explicara à sua vizinha o fato ocorrido, as duas seguiram para uma parte da escada e ficaram ali, cerca de dez minutos ou mais, sentiam nervoso e medo. O escorpião continua imóvel na parede e elas imóveis na escada.
Não havia mais ninguém (nenhuma presença masculina) que pudesse resolver aquele incômodo. 
Arquitetaram um plano: enquanto uma das moças subiria para abrir o portão, a outra tomava conta do ser. Assim fizeram. Medo... coração acelerado! Ela se propôs a subir e assim fez. Abriu com rapidez o portão que a separava da rua e correu. Olhou para os dois lados da rua e percebera a presença de dois homens que aguardavam o ônibus.
Sem maiores rodeios, a moça perguntou se um deles poderia matar o tal escorpião. Ele sorriu e aceitou acompanhá-la. Com uma forte pisada o homem conseguiu esmagá-lo.
Alívio... receio de outros possam aparecer. Promessas de tapetes nas portas para impedir a passagem.
Despediram-se. A vizinha voltou a fazer janta. E ela... bem... ela esquentou uma água para fazer um chá calmante e logo tratou de telefonar para os seus entes queridos para contar em detalhes aquela experiência.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Benfeitorias humanas

Ela passara o dia de domingo refletindo. Não quis descer a rua e almoçar junto aos colegas. Preparou uma pequena porção de arroz, salada e macarrão com molho branco (uma de suas iguarias prediletas) e comeu sem maiores preocupações com a quantidade de calorias que pudessem lhe proporcionarem aumento de peso.
Queria e precisava emagrecer, mas perante essa mudança brusca de lugar e vida, ela não obtinha sucesso em seus planos.
Olhou pela janela e procurou pensar em pequenas alegrias. Lembrou-se que ainda não entrara na igreja católica matriz daquela cidade. Imaginou ser um lugar bonito, tratando-se da forte presença barroca. Preparou-se e saiu. Ela sentiu cansaço. Precisava descer ladeiras e ainda muitos degraus para se chegar. Valeria a pena, pensava ela.
A igreja era imponente, alta e cheia de ornamentos ao redor da porta. Ela já estava satisfeita apenas com o que vira até ali. Mas entrou na igreja modestamente, tímida (ela detesta entrar sozinha nos lugares) e logo se acomodou em um dos últimos bancos.
Elevou os olhos em direção ao teto. Anjos e santos em perfeita sintonia. Ela impressionou-se com a riqueza de detalhes nas feições daqueles seres.
Olhou ao seu redor. Tudo estava impecável. A cor dourada é mesmo impactante, pensou ela. Nada estava ali por simples enfeite ou vaidade (apesar dela reconhecer o sofrimento de muitos escravos para essa construção).
O altar central estava todo iluminado. Lustres pesados e cheios de brilho.
Tudo estava brilhando, até mesmo o seu pensamento. Era como se ela estivesse se transportando ao tempo de sua construção. Imaginou-se com aqueles vestidos compridos. Sorriu. O sacerdote fizera a saudação inicial. 
Ela precisou se recompor. Estava tão fascinada com tudo o que se encontrava bem na frente dos seus olhos, que seria difícil se concentrar ao ritual eucarístico.
Ao término da celebração, ela se ajoelhou por alguns minutos em um dos primeiros bancos. Agradeceu por mais um dia de vida, pela família, pelo curso e pelo mundo. Estava feliz e realizada.
Levantou-se, caminhou até a saída e fez uma merecida reverência ao seu Senhor.
Ao sair da igreja, novamente se voltou à realidade: precisava andar um bom pedaço de chão para retornar a sua casa. Suspirou. Sentia-se alimentada. As palavras de Deus lhe serviram mesmo como alimento.
As imagens daquele lugar passavam em sua mente como um delicado filme. Queria permanecer ali por mais tempo. Precisava voltar.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A primeira República a gente nunca esquece!



Ela não queria ir, mas precisava. Após a sua conquista mais recente (algumas amizades de sala), ela precisava estabelecer contato, viver realmente a faculdade. Era aniversário surpresa da tal amiga "colorida e esquisita" e ela estava mesmo curiosa em conhecer a habitação desta pessoa.
Arrumou-se um pouco. Saiu de casa desejando passar momentos agradáveis no lugar ao qual ainda não conhecia. Encontrou o endereço sem maiores dificuldades. A sua presença foi alarmada por outras colegas de sala, descrentes que antes dela estar ali, naquela cidade, a moça saia para se divertir com os amigos.
Ela foi acolhida com carinho na tal república. Neste lugar moravam além da aniversariante, mais cinco colegas de sala! 
A casa estava toda enfeitada. Mensagens coladas nas paredes e um bolo grande de chocolate (hum, ela adorou a visão).
Prestava atenção nas horas, não queria chegar tarde em casa. Sentia certo medo em andar sozinha. Outros colegas de sala apareceram, inclusive um, que a moça jurava ser verdade que ele namorava com a colega (colorida). Ela se enganou, a colega possuia um namorado (tão esquisito a principio).
Esperou os parabéns, depois de ver o bolo, não poderia sair de lá sem provar um pedaço!
Conversaram sobre tudo. A colega disse estar contente em ter a presença da moça em seu aniversário, tendo em vista a luta que todos travavam ao tentarem fazer com que a moça saisse de casa. Ela nunca aceitava.
O relógio marcava 21 hrs. Parecia criança ou adolescente que precisava chegar neste horário em casa... mas ela não ligava. Já havia se divertido. Estava feliz demais. 
Em casa, ela recordava cada passo que dera até adentrar na república. Estava orgulhosa por isso. O namorado telefonou e pela voz, não sentira a mesma empolgação que ela sentia. Nem sei ao certo a razão do registro das atitudes desse namorado, mas no fundo, eu (assim como ela) sei que devo fazer, para que no futuro entendam as razões que somente o tempo conhece.
No dia seguinte, antes da aula começar, os comentários giravam em torno da ilustre presença da moça em uma república. Ela agora estava mesmo enturmada com a maioria dos colegas. Apenas uma ou outra pessoa ela não se sentia a vontade de revelar segredos ou questões que a incomodavam.

O que era esquisito torna-se compreensível

A vida é mesmo uma caixinha de surpresa. Ela estava ainda com saudade de sua casa, seus objetos pessoais, seu pequeno quarto... sentia saudade de sua vida!
Os dias passavam lentamente. Tardes de sol não significavam bom tempo... isso ela concluíra após inúmeros banhos de chuva e ventanias que apareciam sem qualquer aviso. Não lidava bem com sombrinha, sempre esbarrava nos  muros e nas pessoas, mas ali, naquela cidade, ela iria precisar deste acessório se não quisesse ter suas roupas encharcadas.
Ela nunca gostou do clima europeu daquela cidade. Na verdade ela só gostava mesmo do ceu daquela cidade. Aulas a esperavam. Trabalhos em grupo não era a sua preferência na faculdade, sempre sobravam as maiores lições para que ela fizesse. Sem contar algumas colegas que, seja por preguiça ou por falta de interesse, deixavam todo o conteúdo de pesquisa para que a moça realizasse sozinha.
Existem professores e "professores". Ela aprendera isso rapidamente na faculdade. Existiam aqueles sempre disponíveis, abertos ao pleno entendimento estudantil e outros... bem... como ela mesmo diz, parecem que apenas cumprem suas horas de trabalho e rezam para o final de semana chegar!
Ela teve que se adaptar. Ela precisou rever muitos conceitos. Seus princípios cristãos, estavam inabaláveis, ela sempre soube muito bem o que sentia e vivia sob a presença de Deus.
O namorado não aprovava a sua fé. Isso mesmo... dizia que sua crença estava errada, cheia de falhas... acusava sempre que ela, assim como os outros seguidores da Igreja Católica, serviam ao culto de imagens!!! Ele não compreendia. Tempos mais tarde ela compreendera direitinho a razão destas acusações... mas isso ficará para mais tarde. Existem muitos outros assuntos a serem contados com maior ênfase.
Arrumou detalhadamente a sua kitnet para receber duas colegas de sala. Encontrou materiais frescos para a confecção de deliciosos pastéis! Ela gostava de arriscar-se na cozinha... 
Chegaram. Contraste de personas. Uma das moças era tímida e possui um sotaque forte do interior mineiro. Essa moça, segundo ela, acha todo mundo "bonzinho". A segunda moça, colorida ao extremo e cheia de piercing! A tal que ela achava esquisita quando a viu pela primeira vez dentro da sala de aula.
Fizeram o trabalho, discutiram temas interessantes. Partiram para conversarem sobre suas vidas, seus gostos e tudo o que as mulheres adoram falar quando se encontram.
De repente ela percebe que entre elas havia mais coisas em comum do que jamais pudesse ter imaginado. E a tal estranheza desapareceu por completo. Ela se alegrou... enfim encontrara pessoas com as quais poderia compartilhar experiências.
Serviram-se de refrigerante e dos pastéis. Ela estava cada vez mais interessada em descobrir a trajetória de cada uma até ali. Riram muito. Confessaram suas impressões em relação às outras colegas (mulheres...rs).
A colega tímida se serve mais uma vez.Ela oferece mais e mais, sempre gostou de ver o contentamento dos outros. Em seguida,  a moça tímida sente vergonha e diz que já estava comendo demais. Ela gostou, enfim os seus dotes culinários haviam aparecido. Ela pergunta de forma suave: Comeu mesmo? Momentos impagáveis: a moça tímida troca olhares com a outra que, levanta a sobrancelha e fica calada. Não é que essa moça entendera que a anfitriã havia concordado com a sua confissão de ter comido muito? Ela riu muito. Explicou para as colegas que não foi essa a entonação correta e sim que, estava preocupada em satisfazer as visitas!
Riram mais ainda. Ali nascera a amizade entre elas. Essa amizade foi um dos maiores ganhos dessa solitária moça até aquele momento. Quando elas foram embora, a moça foi limpar a cozinha. Relembrou com um sorriso no rosto aquela situação vivida. Nunca mais se esqueceu.



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Visões privilegiadas

Tarde de sol. calor. Aula prática animada. Suor. Aqueles jovens estavam mesmo em busca... de quê? Não se sabe, mas o que lhes importavam realmente era estarem ali, vivendo aquele sonho em conjunto. A sala, pensava ela, possuia grandes tipos: rapazes esforçados e talentosos, outros ainda em processo de amadurecimento mental, alguns ainda descobrindo onde estavam... e assim seguiam. As moças, bem, como dizem, eram mais maduras e com personalidades distintas: havia aquela que se dizia "natureba", outra preocupada com a dieta rígida, outra considerada pela moça como "estranha" ( e quem poderia dizer que elas se tornariam inseparáveis!) e ainda aquelas estudiosas, sérias e cheias de "não concordo". Ela se divertia com isso tudo. Achava mesmo estar em outro mundo... em breve ela se rende em apelidar aquela cidade de Neverland (Terra do Nunca, do Peter Pan).
Muitas conversas interessantes foram expostas entre aqueles corredores velhos (seu curso ainda não possuia prédio no campus universitário). Após o término da aula, uma pequena turma se reune em frente ao portão principal e se deparam com algo extraordinário, segundo ela.
Um raio solar imponente jogado em direção à uma igreja. Parece bobo ser descrito assim, mas ela e os outros concluiram somente terem assistido aquele recorte de paisagem nos filmes. Um minuto de silêncio. Ficaram abraçados. Uns até renderam graças a Deus por estarem ali, naquele momento. Procuraram uma máquina para registrarem aquilo, mas não conseguiram. Os celulares naquela época serviam apenas para executar as funções básicas.Talvez fosse essa a graça da situação... essa cena ficaria registrada apenas em suas mentes, nada além disso. Essa visão... ela nunca mais se esquecera. Coisas que, segundo palavras dela, vai levar consigo para a eternidade. 
Coisas simples... pessoas simples... mundo... vida!